quarta-feira, 26 de maio de 2010

As Questões Transnacionais

Actualmente, é difícil estarmos imunes aos acontecimentos que occorrem e que nos chegam através dos media.
Como se não tomássemos parte nesses acontecimentos, acomodamo-nos ás rotinas do dia-a-dia, seguros do nosso trabalho, do conforto do nosso lar, da capacidade de decisão dos nossos governos.

E se, de repente, o local onde trabalhamos fosse deslocado para outro país? Se uma maré negra invadisse os nossos circuitos económicos? Se a nossa alimentação e qualidade de vida fosse posta em causa?

Será que aqueles benefícios fiscais que o Governo anunciava pôr em prática, podem, de súbito, ser anulados por qualquer acordo internacional?

Podemos ainda ser vítimas de sequestro por parte de uma massa terrorista reinvindicativa que nos usa para fazer marcar a sua posição!

Estas são as questões transnacionais que cruzam as fronteiras mundiais, que afectam sociedades distantes e que nos lembram que a Terra e Humanidade, apesar da sua diversidade, são unas.

Resolver estas questões, torná-las mais pequenas, ultrapassa qualquer Estado-Nação, por mais controlador que seja. É imperativa a actuação da ONU, de organizações supranacionais, regionais, não governamentais.


Imagem do atentado terrorista, em Madrid, no dia 11 de Março de 2004.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Estado-Nação : crise

Um dos principais legados do liberalismo, o Estado-Nação surge alimentado pelo príncipio das nacionalidades:

A cada povo corresponde uma Nação, a cada Nação deve corresponder um Estado.


Surgimento

Os Estados-Nação tornaram-se o elemento estruturador da ordem política internacional : após a dissolução dos impérios autoritários da Primeira Guerra Mundial, deu-se a multiplicação de Estados-Nação no hemisfério norte do globo.O triunfo deste modelo político-económico no hemisfério sul evidencia-se após a vaga de descolonizações incentivadas pela ONU.

A Crise do Estado-Nação

Os especialistas concordam que esta fórmula, considerada o modelo de organização política mais coerente e justa, se revela hoje ineficaz, perante os desafios que a nova ordem internacional apresenta.
Os factores que determinam a crise do Estado-Nação são, por um lado, forças desintegradoras a nível local e regional - conflitos étnicos, nacionalismos separatistas ou a crescente valorização das diferenças de grupos e individuos.

Não só os conflitos e a regressão de príncipios do Estado-Nação fazem com que este modelo esteja ultrapassado; também o impacto da mundialização e das questões transnacionais fazem com que o Estado-Nação se enfraqueça: a globalização crescente, de todos os sectores e serviços que envolvem a sociedade civil, não encontra resposta e enquadramento necessário no Estado-Nação.

Um Estado é tanto mais forte quanto pode conservar em si mesmo o que vive e age contra ele.


Contrariando a citação de Paul Valéry, o Estado-Nação revela-se, hoje, fraco e incapaz de acompanhar a evolução das sociedades civis e globalizadas.

sábado, 15 de maio de 2010

Beatriz Costa, a Flapper Portuguesa


Beatriz Costa - A flapper portuguesa

"Beatriz da Conceição nasceu em Mafra, a 14 de Dezembro de 1907. Foi uma actriz de teatro e cinema portuguesa e durante a sua carreira elegeu o pseudónimo de Beatriz Costa, pelo qual foi e é reconhecida.
É considerada um ícone da cultura popular portuguesa, não só pelo trabalho que desenvolveu na área da cultura artística, mas pelos comportamentos que adoptou, e que se espalharam às mulheres da sociedade portuguesa da época.
Entre os seus trabalhos cinematográficos e teatrais mais famosos estão o filme “A Canção de Lisboa”, “A Aldeia da Roupa Branca” (que seria o seu último filme).
Beatriz Costa pisou palcos de teatros como o Éden teatro, o Teatro Maria Vitória, o Teatro da Trindade ou o Teatro Avenida.
Os filmes que a eternizaram, fê-los com Vasco Santana, reconhecido actor português e com o qual formava o par de “Príncipes do Cinema Português”.
Viajou até ao Brasil, país no qual permaneceu durante pouco tempo. De regresso a Lisboa, volta a protagonizar teatros de revista. A partir da década de 1960, começa a viajar pelo mundo e toma contacto com estrelas de cinema, de música e de arte mundialmente aclamadas, por exemplo, Salvador Dali, Pablo Picasso, Sophia Loren, Greta Garbo ou Edith Piaf.
Viveu, desde então, no Hotel Tivoli, em Lisboa, onde faleceu, na manhã de 15 de Abril de 1996.
Para além da carreira artística que construiu, Beatriz Costa foi um símbolo de libertação feminina para as mulheres da sua época: as atitudes rebeldes, os cortes de cabelo originais, as saídas para os clubes e restaurantes para beber, fumar e dançar, fizeram de Beatriz Costa, a flapper portuguesa.
Durante os anos 20, internacionalmente, as flappers ganhavam destaque nas sociedades: vestiam-se como mulheres sensuais, cortaram os cabelos á garçonne, dançavam em clubes e restaurantes, bebiam e fumavam como cavalheiros.
Eram, no fundo, o retrato de uma juventude marcada pela morte de familiares (pais, irmãos) na guerra e que ansiavam por assinalar a sua posição no mundo.
Perante a libertinagem das jovens fora de Portugal, a ousadia de Beatriz Costa, que adoptou esses comportamentos na sociedade portuguesa conservadora e fechada, constituiu também um dos seus traços de personalidade e uma das razões pela qual será sempre lembrada."

Por: Raquel Filipe. Nº13 da Turma 6ª do 12º ano.
Este foi o artigo escrito por mim, que irá integrar a próxima edição do jornal escolar "Voz Activa"

quarta-feira, 5 de maio de 2010

China: Modernização e abertura à economia de Mercado


O fracasso do maoísmo obrigou a China a repensar o modelo económico pelo qual se regia: após a morte do líder Mao, o êxito das novas economias asiáticas induziu os dirigentes chineses a abolirem a antiga política colectivista - virada para a autarcia.

A China integrou-se nos sistemas financeiro e comercial internacionais e adoptou as regras da economia de mercado.

"A Era Deng"
*Deng Xiaoping - um comunista da velha guarda, que havia sido afastado por Mao durante a Revolução Cultural - dividiu a China em duas área geográficas distintas:

Interior - Rural, resguardado da influência externa;
Litoral - Aberto ao capital estrangeiro, integrando-se no mercado internacional.

A indústria sofreu modificações radicais, com as mudanças de direcção das empresas-
O desenvolvimento deste sector dependeu de capitais externos que foram investidos na China, pela promoção que a China fazia aos seus portos e zonas económicas mais potentes.

O contributo de Deng Xiaoping foi inegável e ainda hoje são recordadas as inovações que impôs á China: na abertura, recentemente, da Expo 2010 Xangai, Xiaoping foi recordado. Aqui coloco um excerto de uma notícia publicada pelo Jornal Expresso:

Naturalmente, este desenvolvimento não teria sido possível sem a abertura da China ao exterior, sem a entrada de investimento directo estrangeiro e sem a integração do país no mercado mundial. Mas é a política das Quatro Modernizações (Agricultura, Indústria, Ciência e Tecnologia e Defesa Nacional) implementada por Deng Xiaoping, a partir de 1978, que está na base do bem-estar da população chinesa.
Hoje, todos têm mais comida, roupas, casas, bens e riqueza do que alguma vez tiveram. Sob o regime de Mao Zedong era dito à população que a sua vida ficaria mais rica se se dedicasse ao trabalho. Agora, é incentivada a trabalhar para ficar mais rica


A notícia integral encontra-se em: http://aeiou.expresso.pt/deng-xiaoping-e-a-abertura-da-expo-2010-xangai=f579903