quarta-feira, 26 de maio de 2010

As Questões Transnacionais

Actualmente, é difícil estarmos imunes aos acontecimentos que occorrem e que nos chegam através dos media.
Como se não tomássemos parte nesses acontecimentos, acomodamo-nos ás rotinas do dia-a-dia, seguros do nosso trabalho, do conforto do nosso lar, da capacidade de decisão dos nossos governos.

E se, de repente, o local onde trabalhamos fosse deslocado para outro país? Se uma maré negra invadisse os nossos circuitos económicos? Se a nossa alimentação e qualidade de vida fosse posta em causa?

Será que aqueles benefícios fiscais que o Governo anunciava pôr em prática, podem, de súbito, ser anulados por qualquer acordo internacional?

Podemos ainda ser vítimas de sequestro por parte de uma massa terrorista reinvindicativa que nos usa para fazer marcar a sua posição!

Estas são as questões transnacionais que cruzam as fronteiras mundiais, que afectam sociedades distantes e que nos lembram que a Terra e Humanidade, apesar da sua diversidade, são unas.

Resolver estas questões, torná-las mais pequenas, ultrapassa qualquer Estado-Nação, por mais controlador que seja. É imperativa a actuação da ONU, de organizações supranacionais, regionais, não governamentais.


Imagem do atentado terrorista, em Madrid, no dia 11 de Março de 2004.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Estado-Nação : crise

Um dos principais legados do liberalismo, o Estado-Nação surge alimentado pelo príncipio das nacionalidades:

A cada povo corresponde uma Nação, a cada Nação deve corresponder um Estado.


Surgimento

Os Estados-Nação tornaram-se o elemento estruturador da ordem política internacional : após a dissolução dos impérios autoritários da Primeira Guerra Mundial, deu-se a multiplicação de Estados-Nação no hemisfério norte do globo.O triunfo deste modelo político-económico no hemisfério sul evidencia-se após a vaga de descolonizações incentivadas pela ONU.

A Crise do Estado-Nação

Os especialistas concordam que esta fórmula, considerada o modelo de organização política mais coerente e justa, se revela hoje ineficaz, perante os desafios que a nova ordem internacional apresenta.
Os factores que determinam a crise do Estado-Nação são, por um lado, forças desintegradoras a nível local e regional - conflitos étnicos, nacionalismos separatistas ou a crescente valorização das diferenças de grupos e individuos.

Não só os conflitos e a regressão de príncipios do Estado-Nação fazem com que este modelo esteja ultrapassado; também o impacto da mundialização e das questões transnacionais fazem com que o Estado-Nação se enfraqueça: a globalização crescente, de todos os sectores e serviços que envolvem a sociedade civil, não encontra resposta e enquadramento necessário no Estado-Nação.

Um Estado é tanto mais forte quanto pode conservar em si mesmo o que vive e age contra ele.


Contrariando a citação de Paul Valéry, o Estado-Nação revela-se, hoje, fraco e incapaz de acompanhar a evolução das sociedades civis e globalizadas.

sábado, 15 de maio de 2010

Beatriz Costa, a Flapper Portuguesa


Beatriz Costa - A flapper portuguesa

"Beatriz da Conceição nasceu em Mafra, a 14 de Dezembro de 1907. Foi uma actriz de teatro e cinema portuguesa e durante a sua carreira elegeu o pseudónimo de Beatriz Costa, pelo qual foi e é reconhecida.
É considerada um ícone da cultura popular portuguesa, não só pelo trabalho que desenvolveu na área da cultura artística, mas pelos comportamentos que adoptou, e que se espalharam às mulheres da sociedade portuguesa da época.
Entre os seus trabalhos cinematográficos e teatrais mais famosos estão o filme “A Canção de Lisboa”, “A Aldeia da Roupa Branca” (que seria o seu último filme).
Beatriz Costa pisou palcos de teatros como o Éden teatro, o Teatro Maria Vitória, o Teatro da Trindade ou o Teatro Avenida.
Os filmes que a eternizaram, fê-los com Vasco Santana, reconhecido actor português e com o qual formava o par de “Príncipes do Cinema Português”.
Viajou até ao Brasil, país no qual permaneceu durante pouco tempo. De regresso a Lisboa, volta a protagonizar teatros de revista. A partir da década de 1960, começa a viajar pelo mundo e toma contacto com estrelas de cinema, de música e de arte mundialmente aclamadas, por exemplo, Salvador Dali, Pablo Picasso, Sophia Loren, Greta Garbo ou Edith Piaf.
Viveu, desde então, no Hotel Tivoli, em Lisboa, onde faleceu, na manhã de 15 de Abril de 1996.
Para além da carreira artística que construiu, Beatriz Costa foi um símbolo de libertação feminina para as mulheres da sua época: as atitudes rebeldes, os cortes de cabelo originais, as saídas para os clubes e restaurantes para beber, fumar e dançar, fizeram de Beatriz Costa, a flapper portuguesa.
Durante os anos 20, internacionalmente, as flappers ganhavam destaque nas sociedades: vestiam-se como mulheres sensuais, cortaram os cabelos á garçonne, dançavam em clubes e restaurantes, bebiam e fumavam como cavalheiros.
Eram, no fundo, o retrato de uma juventude marcada pela morte de familiares (pais, irmãos) na guerra e que ansiavam por assinalar a sua posição no mundo.
Perante a libertinagem das jovens fora de Portugal, a ousadia de Beatriz Costa, que adoptou esses comportamentos na sociedade portuguesa conservadora e fechada, constituiu também um dos seus traços de personalidade e uma das razões pela qual será sempre lembrada."

Por: Raquel Filipe. Nº13 da Turma 6ª do 12º ano.
Este foi o artigo escrito por mim, que irá integrar a próxima edição do jornal escolar "Voz Activa"

quarta-feira, 5 de maio de 2010

China: Modernização e abertura à economia de Mercado


O fracasso do maoísmo obrigou a China a repensar o modelo económico pelo qual se regia: após a morte do líder Mao, o êxito das novas economias asiáticas induziu os dirigentes chineses a abolirem a antiga política colectivista - virada para a autarcia.

A China integrou-se nos sistemas financeiro e comercial internacionais e adoptou as regras da economia de mercado.

"A Era Deng"
*Deng Xiaoping - um comunista da velha guarda, que havia sido afastado por Mao durante a Revolução Cultural - dividiu a China em duas área geográficas distintas:

Interior - Rural, resguardado da influência externa;
Litoral - Aberto ao capital estrangeiro, integrando-se no mercado internacional.

A indústria sofreu modificações radicais, com as mudanças de direcção das empresas-
O desenvolvimento deste sector dependeu de capitais externos que foram investidos na China, pela promoção que a China fazia aos seus portos e zonas económicas mais potentes.

O contributo de Deng Xiaoping foi inegável e ainda hoje são recordadas as inovações que impôs á China: na abertura, recentemente, da Expo 2010 Xangai, Xiaoping foi recordado. Aqui coloco um excerto de uma notícia publicada pelo Jornal Expresso:

Naturalmente, este desenvolvimento não teria sido possível sem a abertura da China ao exterior, sem a entrada de investimento directo estrangeiro e sem a integração do país no mercado mundial. Mas é a política das Quatro Modernizações (Agricultura, Indústria, Ciência e Tecnologia e Defesa Nacional) implementada por Deng Xiaoping, a partir de 1978, que está na base do bem-estar da população chinesa.
Hoje, todos têm mais comida, roupas, casas, bens e riqueza do que alguma vez tiveram. Sob o regime de Mao Zedong era dito à população que a sua vida ficaria mais rica se se dedicasse ao trabalho. Agora, é incentivada a trabalhar para ficar mais rica


A notícia integral encontra-se em: http://aeiou.expresso.pt/deng-xiaoping-e-a-abertura-da-expo-2010-xangai=f579903

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Discurso de Barack Obama na tomada de posse (EUA)


"Meus caros cidadãos:

Aqui estou hoje, humilde perante a tarefa à nossa frente, grato pela confiança que depositaram em mim, consciente dos sacrifícios que os nossos antepassados enfrentaram. Agradeço ao Presidente Bush pelo seu serviço à nossa nação, assim como a generosidade e a cooperação que demonstrou durante esta transição.

Que estamos no meio de uma crise, já todos sabem. A nossa nação está em guerra, contra uma vasta rede de violência e ódio. A nossa economia está muito enfraquecida, consequência da ganância e irresponsabilidade de alguns, mas também nossa culpa colectiva por não tomarmos decisões difíceis e prepararmos a nação para uma nova era. Perderam-se casas; empregos foram extintos, negócios encerraram. O nosso sistema de saúde é muito oneroso; para muita gente as nossas escolas falharam; e cada dia traz-nos mais provas de que o modo como usamos a energia reforça os nossos adversários e ameaça o nosso planeta.

Hoje eu digo-vos que os desafios que enfrentamos são reais. São sérios e são muitos. Não serão resolvidos facilmente nem num curto espaço de tempo. Mas fica a saber, América - eles serão resolvidos.

Neste dia, unimo-nos porque escolhemos a esperança e não o medo, a unidade de objectivo e não o conflito e a discórdia

Neste dia, viemos para proclamar o fim dos ressentimentos mesquinhos e falsas promessas, as recriminações e dogmas gastos, que há tanto tempo estrangulam a nossa política.

Continuamos a ser uma nação jovem, mas nas palavras da Escritura, chegou a hora de pôr as infantilidades de lado. Chegou a hora de reafirmar o nosso espírito de resistência, de escolher o melhor da nossa história; de carregar em frente essa oferta preciosa, essa nobre ideia, passada de geração em geração; a promessa de Deus de que todos somos iguais, todos somos livres, e todos merecemos uma oportunidade de tentar obter a felicidade completa.

Ao reafirmar a grandeza da nossa nação, compreendemos que a grandeza nunca é um dado adquirido. Deve ser conquistada. A nossa viagem nunca foi feita de atalhos ou de aceitar o mínimo. Não tem sido o caminho dos que hesitam – dos que preferem o divertimento ao trabalho, ou que procuram apenas os prazeres da riqueza e da fama. Pelo contrário, tem sido o dos que correm riscos, os que agem, os que fazem as coisas – alguns reconhecidos mas, mais frequentemente, mulheres e homens desconhecidos no seu labor, que nos conduziram por um longo e acidentado caminho rumo à prosperidade e à liberdade.

Tantas vezes estes homens e mulheres lutaram e se sacrificaram e trabalharam até as suas mãos ficarem ásperas para que pudéssemos viver uma vida melhor. Eles viram a América como maior do que a soma das nossas ambições individuais; maior do que todas as diferenças de nascimento ou riqueza ou facção.

Esta é a viagem que hoje continuamos. Permanecemos a nação mais poderosa e próspera na Terra. Os nossos trabalhadores não são menos produtivos do que eram quando a crise começou. As nossas mentes não são menos inventivas, os nossos produtos e serviços não são menos necessários do que eram na semana passada ou no mês passado ou no ano passado. A nossa capacidade não foi diminuída. Mas o nosso tempo de intransigência, de proteger interesses tacanhos e de adiar decisões desagradáveis – esse tempo seguramente que passou.

A partir de hoje, devemos levantar-nos, sacudir a poeira e começar a tarefa de refazer a América.

Podemos fazer tudo isto. E tudo isto iremos fazer. Há alguns que, agora, questionam a escala das nossas ambições – que sugerem que o nosso sistema não pode tolerar muitos planos grandiosos. As suas memórias são curtas. Esqueceram-se do que este país já fez; o que homens e mulheres livres podem fazer quando à imaginação se junta um objectivo comum, e à necessidade a coragem.

O que os cínicos não compreendem é que o chão se mexeu debaixo dos seus pés – que os imutáveis argumentos políticos que há tanto tempo nos consomem já não se aplicam. A pergunta que hoje fazemos não é se o nosso governo é demasiado grande ou demasiado pequeno, mas se funciona – se ajuda famílias a encontrar empregos com salários decentes, cuidados de saúde que possam pagar, pensões de reformas que sejam dignas. Onde a resposta for sim, tencionamos seguir em frente. Onde a resposta for não, programas chegarão ao fim.

E aqueles de nós que gerem os dólares do povo serão responsabilizados – para gastarem com sensatez, reformarem maus hábitos e conduzirem os nossos negócios à luz do dia – porque só então poderemos restaurar a confiança vital entre o povo e o seu governo.

Não se coloca sequer perante nós a questão se o mercado é uma força para o bem ou para o mal. O seu poder de gerar riqueza e de expandir a democracia não tem paralelo, mas esta crise lembrou-nos que sem um olhar vigilante o mercado pode ficar fora de controlo – e que uma nação não pode prosperar quando só favorece os prósperos. O sucesso da nossa economia sempre dependeu não só da dimensão do nosso Produto Interno Bruto, mas do alcance da nossa prosperidade; da nossa capacidade em oferecer oportunidades a todos – não por caridade, mas porque é o caminho mais seguro para o nosso bem comum.

Quanto à nossa defesa comum, rejeitamos como falsa a escolha entre a nossa segurança e os nossos ideais. Os nossos Pais Fundadores, face a perigos que mal conseguimos imaginar, redigiram uma carta para assegurar o estado de direito e os direitos humanos, uma carta que se expandiu com o sangue de gerações. Esses ideais ainda iluminam o mundo, e não vamos abdicar deles por oportunismo.

E por isso, aos outros povos e governos que nos estão a ver hoje, das grandes capitais à pequena aldeia onde o meu pai nasceu: saibam que a América é amiga de todas as nações e de todos os homens, mulheres e crianças que procuram um futuro de paz e dignidade, e que estamos prontos para liderar mais uma vez.

Recordem que as primeiras gerações enfrentaram o fascismo e o comunismo não só com mísseis e tanques mas com alianças sólidas e convicções fortes. Compreenderam que só o nosso poder não nos protege nem nos permite agir como mais nos agradar. Pelo contrário, sabiam que o nosso poder aumenta com o seu uso prudente; a nossa segurança emana da justeza da nossa causa, da força do nosso exemplo, das qualidades moderadas de humildade e contenção.

Nós somos os guardiões deste legado. Guiados por estes princípios uma vez mais, podemos enfrentar essas novas ameaças que exigem ainda maior esforço – ainda maior cooperação e compreensão entre nações. Vamos começar responsavelmente a deixar o Iraque para o seu povo, e a forjar uma paz arduamente conquistada no Afeganistão. Com velhos amigos e antigos inimigos, vamos trabalhar incansavelmente para diminuir a ameaça nuclear, e afastar o espectro do aquecimento do planeta.

Não vamos pedir desculpa pelo nosso modo de vida, nem vamos hesitar na sua defesa, e àqueles que querem realizar os seus objectivos pelo terror e assassínio de inocentes, dizemos agora que o nosso espírito é mais forte e não pode ser quebrado; não podem sobreviver-nos, e nós vamos derrotar-vos.

Porque nós sabemos que a nossa herança de diversidade é uma força, não uma fraqueza. Nós somos uma nação de cristãos e muçulmanos, judeus e hindus – e não crentes. Somos moldados por todas as línguas e culturas, vindas de todos os cantos desta Terra; e porque provámos o líquido amargo da guerra civil e da segregação, e emergimos desse capítulo sombrio mais fortes e mais unidos, não podemos deixar de acreditar que velhos ódios um dia passarão; que as linhas da tribo em breve se dissolverão; que à medida que o mundo se torna mais pequeno, a nossa humanidade comum deve revelar-se; e que a América deve desempenhar o seu papel em promover uma nova era de paz.

Ao mundo muçulmano, procuramos um novo caminho em frente, baseado no interesse mútuo e no respeito mútuo. Aos líderes por todo o mundo que procuram semear o conflito, ou culpar o Ocidente pelos males da sua sociedade – saibam que o vosso povo vos julgará pelo que construírem, não pelo que destruírem. Aos que se agarram ao poder pela corrupção e engano e silenciamento dos dissidentes, saibam que estão no lado errado da história; mas que nós estenderemos a mão se estiverem dispostos a abrir o vosso punho fechado.

Aos povos das nações mais pobres, prometemos cooperar convosco para que os vossos campos floresçam e as vossas águas corram limpas; para dar alimento aos corpos famintos e aos espíritos sedentos de saber. E às nações, como a nossa, que gozam de relativa riqueza, dizemos que não podemos mais mostrar indiferença perante o sofrimento fora das nossas fronteiras; nem podemos consumir os recursos do mundo sem prestar atenção aos seus efeitos. Porque o mundo mudou, e devemos mudar com ele.

Ao olharmos para o caminho à nossa frente, lembremos com humilde gratidão os bravos americanos que, neste preciso momento, patrulham desertos longínquos e montanhas distantes. Eles têm alguma coisa para nos dizer hoje, tal como os heróis caídos em Arlington fazem ouvir a sua voz. Honramo-los não apenas porque são guardiões da nossa liberdade, mas porque incorporam o espírito de serviço; uma vontade de dar significado a algo maior do que eles próprios. E neste momento – um momento que definirá uma geração – é este espírito que deve habitar em todos nós. Porque, por mais que o governo possa e deva fazer, a nação assenta na fé e na determinação do povo americano.

É a generosidade de acomodar o desconhecido quando os diques rebentam, o altruísmo dos trabalhadores que preferem reduzir os seus horários a ver um amigo perder o emprego que nos revelam quem somos nas nossas horas mais sombrias. É a coragem do bombeiro ao entrar por uma escada cheia de fumo, mas também a disponibilidade dos pais para criar um filho, que acabará por selar o nosso destino.

Os nossos desafios podem ser novos. Os instrumentos com que os enfrentamos podem ser novos. Mas os valores de que depende o nosso sucesso – trabalho árduo e honestidade, coragem e fair play, tolerância e curiosidade, lealdade e patriotismo – estas coisas são antigas. Estas coisas são verdadeiras. Têm sido a força silenciosa do progresso ao longo da nossa história. O que é pedido, então, é o regresso a essas verdades.
O que nos é exigido agora é uma nova era de responsabilidade – um reconhecimento, da parte de cada americano, de que temos obrigações para connosco, com a nossa nação, e com o mundo, deveres que aceitamos com satisfação e não com má vontade, firmes no conhecimento de que nada satisfaz mais o espírito, nem define o nosso carácter, do que entregarmo-nos todos a uma tarefa difícil.

Este é o preço e a promessa da cidadania.

Esta é a fonte da nossa confiança – o conhecimento de que Deus nos chama para moldar um destino incerto.

Este é o significado da nossa liberdade e do nosso credo – é por isso que homens e mulheres e crianças de todas as raças e todas as religiões se podem juntar em celebração neste magnífico mall, e que um homem cujo pai há menos de 60 anos não podia ser atendido num restaurante local pode agora estar perante vós a fazer o mais sagrado juramento.

Por isso, marquemos este dia com a lembrança do quem somos e quão longe fomos. No ano do nascimento da América, no mais frio dos meses, um pequeno grupo de patriotas juntou-se à beira de ténues fogueiras nas margens de um rio gelado. A capital tinha sido abandonada. O inimigo avançava. A neve estava manchada de sangue. No momento em que o resultado da nossa revolução era incerto, o pai da nossa nação ordenou que estas palavras fossem lidas ao povo:

“Que o mundo que há-de vir saiba que... num Inverno rigoroso, quando nada excepto a esperança e a virtude podiam sobreviver... a cidade e o país, alarmados com um perigo comum, vieram para [o] enfrentar.”

América. Face aos nossos perigos comuns, neste Inverno das nossas dificuldades, lembremo-nos dessas palavras intemporais. Com esperança e virtude, enfrentemos uma vez mais as correntes geladas e suportemos as tempestades que vierem. Que seja dito aos filhos dos nossos filhos que quando fomos testados recusámos que esta viagem terminasse, que não recuámos nem vacilámos; e com os olhos fixos no horizonte e a graça de Deus sobre nós, levámos adiante a grande dádiva da liberdade e entregámo-la em segurança às futuras gerações."
Retirado de :
http://www.publico.pt/Mundo/discurso-de-barack-obama-em-portugues_1356898

Este discurso foi proferido numa altura em que a América estava coberta de esperança no novo presidente - hoje a popularidade de Obama desceu e as dúvidas quanto ao cumprimento das suas promessas começam a surgir. Mas será Barack Obama alvo de pressões? (respondam a sondagem, obrigada).

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Primavera Marcelista



Com a morte de Salazar, Marcello Caetano é escolhido para a sua substituição e dá continuidade ao trabalho do antecessor. Nos primeiros meses que se seguiram á tomada de posse, Marcello dá alguns sinais de abertura ao país: liberta alguns exilados, alargou o sufrágio feminino, permitiu a consulta de cadernos eleitorais e fiscalização nas eleições.

Este período ficou conhecido como a Primavera Marcelista.

Contudo, pouco tempo depois regrediu e anulou todas as medidas que tinha tomado e permitido.

Fica aqui o link para o livro on-line de Marcello Caetano "Depoimento", que este publicou em 1974, onde conta como se sentiu e as circunstancias em que percebeu que o golpe militar- que viria a derrubar o regime em Abril de 1974, era inevitável.

25 de Abril - A Revolução dos Cravos

Os contornos que deram origem a esta revolução são conhecidos de todos, por isso, como sugestão deixo aqui o trailer do filme português " Capitães de Abril", realizado em 2000, por Maria de Medeiros.

Os Planos de Fomento


"A gratidão pertence à História, não à política "António de Oliveira Salazar

Contextualização:
Com a 2ª Guerra Mundial a decorrer, os países que costumavam fornecer Portugal não puderam corresponder aos pedidos, pois a sua industria estava dirigida para o armamento.
Assim, Portugal teve que começar a produzir os seus próprios bens e para isso foi criada a Lei de Fomento e Reorganização Industrial - cujo objectivo era substituir as importações (mais uma vez aqui implicito, o principio de autarcia).
Com a entrada na OECE, a necessidade de planeamento económico foi reforçada e para isso foram criados três Planos de Fomento.

Os Planos:

I Plano
a) Reconhece a importância da industrialização;
b) Não esquece a vocação agricola do país;
c) Investimento de 7.5 milhões de contos;
d) Criação de infra-estruturas.

II Plano
a)Indústria transformadora de base foi privilegiada;
b)Visava a substituição das importações;
c)Lei do condicionamento industrial

III Plano - marca a inversão da política de autarcia do estado novo
a)Funcionamento do mercado;
b)Consolidação empresarial;
c)Política de exportações;
d)Captação de investimentos estrangeiros;
e)Apelo ao dinamismo empresarial.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O Plano Marshall


Os pequenos actos que se executam são melhores que todos aqueles grandes que se planeiam.
George C. Marshall.

Ao terminar a Segunda Grande Guerra, a América afirmava-se como o país mais poderoso: a sua participação tinha-se revelado decisiva na vitória dos Aliados, não havia sofrido danos da guerra no seu território, a sua indústria e agricultura, no final da Guerra, tinham registado um desenvolvimento superior ao do registado no início da mesma - todos estes factores, entre outros, contribuiram para colocar os EUA na posição mais elevada de poderio.

Assim sendo, os EUA elaboraram o plano Marshall que se mostrou decisivo na recuperação económica dos países da Europa Ocidental - a redistribuição de verbas foi feita, aliás, de forma considerável:
- A França recebeu 2000 milhões de dólares;
- A Grã-Bretanha recebeu 2600 milhões de dólares;
- A Alemanha Ocidental 1200 Milhões;
- A Itália 1000 milhões, a Holanda 900 milhões e a Bélgica 500 milhões.

Após a distribuição destas verbas, a economia destes países registou taxas de crescimento inéditas - foram desde o dobro até ao quíntuplo relativamente ao período anterior à guerra.

O Estado Novo: do Golpe Militar à ditadura de Salazar



Aqui fica parte do trabalho realizado com Joana Carvalho, apresentado no passado dia 19 de Fevereiro. Foi feito no intuíto de se assemelhar a uma emissão de telejornal numa televisão, durante o Estado Novo.



Esta gravação consiste numa simulação de uma emissão de rádio durante a ditadura salazarista.

Ambos os formatos pretendem divulgar os principais acontecimentos durante a ditadura de Salazar, desde o Golpe Militar até à sucessão de Salazar por Marcello Caetano.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Guerra Fria


"Prefiro a paz mais injusta à mais justa das guerras. "
(Cícero)


O clima de antagonismo entre o modelo capitalista americano e o modelo socialista soviético, de 1947 a 1955, aproximadamente, poderia ser designado por Guerra Fria.
A Guerra que não viu confrontos directos, caracterizou-se por várias intimidações, hostilidades e insegurança geral. A tensão era global e cada um dos modelos em confronto, procurou superioriza-se em relação ao oponente.
As máquinas de propaganda agigantavam-se - incutir a ideia de superioridade de sistema e a rejeição e temor pelo outro era o lema.
De salientar será a corrida ao armamento, com particular revelância para o nuclear, a proliferação de conflitos localizados e crises militares nas mais diversas zonas do globo.

Conclusão: o fosso entre o mundo capitalista e o comunista aprofundava-se e nunca havia sido tão fundo.

ONU - uma nova esperança mundial


Se no 1º pós-guerra, foi criada a (falhada) Sociedade das Nações, no 2º, a ONU nasceu - Organização das Nações Unidas - como um bote salva-vidas carregado de esperança e paz.
Na convenção, onde 51 nações assinaram a Carta das Nações Unidas, ficaram aprovados os propósitos fundamentais de:
- Manter a paz e reprimir os actos de agressão;
- Desenvolver relações de amizade entre todos os países do Mundo;
- Desenvolver a cooperação internacional;
- Funcionar como centro harmonizador das acções tomadas para os propósitos acima assinalados.

Hoje em dia, a ONU é uma referência a nivel mundial, contando com o apoio de várias figuras públicas para alertar e consciencializar as populações de todo o mundo: Angelina Jolie, por exemplo, foi nomeada Embaixadora da Boa Vontade do Alto Comissariado das Nações Unidas (ONU) pelo seu trabalho junto dos refugiados de Serra Leoa, Tanzânia e Paquistão..

Nota: www.un.org - para saber tudo acerca da Organização das Nações Unidas.

As 7 lições do Professor Salazar


À desorganização económica e financeira da 1ª República sucede a organização financeira imposta pelo Regime Salazarista.

Os cartazes comparam, a partir de uma imagem cinzenta e triste da época da 1ª República, o excelente trabalho a propagandear pelo regime salazarista.

A obra do Estado Novo foi então glorificada nestes cartazes, salientando sempre a acção do ditador no sentido de desenvolver o país, ao mesmo tempo que o pacificava em termos sociais – o salvador da Pátria.

No Estado Novo, quem prestasse serviço militar teria emprego garantido quando voltasse, pois Salazar considerava o regime militar de extrema importância. Mas mesmo assim muita da população preferia ser livre e não ter emprego depois de voltar da tropa, ou seja, não correr o risco da morte em defesa da Pátria.

O corporativismo promovia, assim, a harmonia social, aspecto que se opunha ao clima de confrontação social da 1ª República, permitindo uma nova ordem, a justiça social e o progresso de todas as camadas da população.

Esta Lição do professor Salazar destinava-se a glorificar a obra feita até então por Salazar, desde o campo económico-financeiro às obras públicas como os portos – mais uma manobra de propaganda.

A última lição de Salazar é uma admirável síntese da pedagogia e moral salazaristas: o lar perfeito, rústico, humilde, analfabeto, patriarcal, cristão. É a defesa da saudável e simples vida do campo, por oposição aos vícios da vida urbana. O mundo perfeito, sem violência, sem vícios, sem protestos, ordenado, representando uma ordem económica, política e social que o Estado Novo considerava perfeitas.

Déjà Vu?


Déjà vu é uma reacção psicológica em que transmitidas ideias de que já esteve naquele lugar antes, já se viu aquelas pessoas, etc. O termo é uma expressão da língua francesa que significa, literalmente, já visto.

A reconstrução do pós-guerra fez-se sob o signo e solidariedade mas, também, do antagonismo. Transformados em superpotências, os EUA e a URSS procuraram estender as suas áreas de influência e assumem uma rivalidade declarada. (...) Os dois países confrontam duas ideologias e duas formas de vida opostas: o modelo capitalista e o modelo socialista - neste mundo bipolar afirmam-se novos interlocutores."


- À semelhança do 1º pós-guerra, a Alemanha, de novo vencida, viu-se humilhada, a par do Japão;
- Reino Unido e França estavam dependentes de ajuda externa e empobrecidas;
- Ascendiam os EUA (1ª potência mundial) e a URSS.

A história repete-se: após as conferências de Ialta e Potsdam, para as quais os países vencidos não foram convocados - apenas os Aliados o foram - ficaram decididos os seguintes pontos:

- Definidas as fronteiras da Polónia;
- Estabelecida a divisão provisória da Alemanha - em 4 áreas de ocupação, geridas pelas 3 potências conferencistas e França;
- Decidida a conferência que iria preparar a ONU - Organização das Nações Unidas;
- Estipulado o supervisionamento dos Governos de Leste;
- Estabelecido o montante de 20 000 milhões de dolares a pagar pela Alemanha, aos países lesados.

Nota: A Alemanha vencida e de novo encarregue de indeminizar e assegurar a reconstrução de outros países, não lhe é familiar?

Nos finais de Julho, em Potsdam, viria a realizar-se uma nova conferência que se revelou infrutífera:
- O clima tenso entre os Aliados fez renascer desconfianças face ao comunismo estalinista

Conclusão:
"Se a história se repete, e o inesperado sempre acontece, quão incapaz precisa o homem ser de aprender com a experiência?"
( George Bernard Shaw - escritor e damaturgo irlandês)

NEP - Nova Política Económica


NEP - Nova Política Económica
Este power-point incide sobre o tema da Politica Económica, implementada por Lenine, posteriormente á guerra-civil na Rússia

Dia Mundial do Tango

Aqui fica um video que pretende marca o passado dia 6 de Dezembro , o dia nacional do tango. Por toda a Argentina o tango foi dançado nas ruas.

Com origem nos anos 20, esta dança marcou a época: era dançada com paixão, emoção; nos clubes e locais de convivio da época.

Alguns países adaptaram este estilo de dança á sua cultura, mas a enolvência que caracteriza os dançarinos de tango é transversal a todas elas.





Os Loucos Anos 20 - trabalho por Raquel C. e Joana C.


Os loucos anos 20

Como forma de nos certificarmos que o tema dos anos 20 era também abordado no blogue, aqui deixo a apresentação que farei á turma, no dia 9 de Dezembro, com a minha colega Joana Carvalho (ver blogue: http://www.nadateuexageraouexclui.blogspot.com/). Esta apresentação não tem qualquer texto, visto ser apenas para esse fim.

Feito por: Raquel Filipe e Joana Carvalho.




Sopa de Letras - Revolução Russa (em conjunto com Joana Oliveira)


Jogo - Totalitarismos - em conjunto com Joana Oliveira

Palavras cruzadas - em conjunto com Joana Oliveira



Questões:

1. Facção maioritária do Partido Social-Democrata Russo; dirigido por Lenine, defendiam a luta de classes e impuseram a Ditadura do Proletariado.

2. A sua instituição deu-se no período do Comunismo de Guerra, sendo considerado o representante máximo do Proletariado; força política exclusiva.

3.Pseudónimo de Vladimir Ilitch Ulianov; liderou o Partido Comunista desde a sua fundação até 1924.

4. Primeira tentativa de revolução (1905); os liberais tentaram uma revolução, contudo a revolta popular foi esmagada pelas tropas fiéis: a 22 de Janeiro – cerca de 200 manifestantes foram mortos neste dia em frente ao Palácio de Inverno).

5. Desenvolvimento teórico e aplicação prática dos ideais de Marx e Engels na Rússia por Lenine.

6. Mês da revolução bolchevique – na qual foi derrubado o Governo Provisório.

7. Governo Provisório formado pelo Czar Nicolau II – os deputados eram figuras simbólicas; o governo continua despótico.

8.Conselhos de camponeses, operários, soldados e marinheiros da Rússia. Controlados pelos bolcheviques, apelavam à retirada da Rússia da I Guerra Mundial. Queriam o derrube do Governo Provisório e defendiam a colectivização da economia.

9.Medida do Comunismo de Guerra que permite a destruição do sistema capitalista e a colectivização da economia pela aniquilação da propriedade privada. O Estado dizia ser o gestor da totalidade dos bens colectivizados (era um meio, para atingir um fim).



Jogo - em conjunto com Joana Oliveira

Jogo





Power point - em esquema "Rússia: a implantação do Marxismo-Leninismo"

Power Point - em esquema "Primeira Guerra Mundial"